quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Franca, terra de ninguém.

Esta era a residência do comerciante, fazendeiro e banqueiro Hygino Caleiro Filho e de dona Anna Jacintho Caleiro, a dona Xuxinha, na esquina das ruas Monsenhor Rosa e General Carneiro. Construído numa época em que o País não produzia nada e importava tudo, esse autêntico palacete tinha azulejos, peças de louça, decoração de parede, vitrais trabalhados, metais, mármores, tudo da melhor qualidade e importado da Europa. A cozinha era ampla e continha um enorme fogão à lenha, de acabamento impecável, com material refratário também importado. O enorme quintal tinha uma grande estufa para plantas, uma casinha de alvenaria completa e mobiliada tamanho infantil, dependências para os empregados, garagens e jardins.
Essa raridade da história de Franca foi demolida para dar lugar ao monstrengo preto de canos e vidros que hoje deteriora a paisagem do local.
Eu nunca vou entender como as autoridades deixaram demolir essa preciosidade. Irresponsabilidade pura. Não me lembro de nenhuma edificação tão bonita como essa, nem mesmo o Hotel Francano era tão belo. Saudades do meu tempo de infância.



O túmulo preto de canos e vidros, onde anteriormente erguia-se o casarão de Hygino Caleiro Filho, na esquina das ruas Monsenhor Rosa e General Carneiro, como pode ser visto na foto anterior. Exemplo perpétuo da burrice e do descaso de nossas autoridades na preservação da história e patrimônio artístico da cidade, tal como ocorreu com o Hotel Francano, e muitos casarões da época áurea do café. Franca é atualmente uma cidade sem memória, uma terra de ninguém.

Hotel Francano, preciosa obra de arquitetura da cidade de Franca, por manobra interesseira de um grande grupo econômico, foi comprado e repassado para um banco, que o demoliu na década de 80, com a complacência do Poder Público local, e erigiu um monstruoso e disforme bloco de concreto e vidro, a partir do qual iniciou-se uma gradativa deteriorização da praça D. Pedro II, que se prolonga até os dias atuais.

Com a conhecida permissividade de um grupo que dominou o governo da cidade durante longos anos, a bela praça D. Pedro II, cuja formosidade pode ser recordada na precária foto acima, transformou-se num mercado de bugigangas, cd's piratas e mercadorias produto de descaminho, além é claro, do sabido tráfico de drogas. Não fosse pela logomarca do banco estampada na parede do monstrengo, poderíamos bem confundir o cenário como uma feira em via pública do interior da África, ou da Índia.

Apesar das más intenções, ainda salvaram-se da calamidade duas palmeiras imperiais.

Vista da praça hoje, a partir do mesmo ângulo da foto antiga
Outros ângulos







As duas únicas sobreviventes da destruição.

Mais um desserviço que os grandes grupos econômicos trouxeram à cidade e seu povo, com a complacência de nossas autoridades ineptas. Não temos mais memória histórica e artística. Cultura aqui é dispensável e desnecessária.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Sem pobresa? Que pobreza!!


A demagogia nos coloca tão absurdamente longe de ser um país sem pobreza, tanto quanto de ser um país rico: estamos no vácuo!
Só se houver um segundo sentido embutido nesse lema.


Dando seguimento ao PAC (Programa de Analfabetização Coletiva), o Governo Federal trouxe a nós, moradores de Franca e de toda a região, mais uma demonstração cabal do despreparo que essa turma apresenta no trato dos valores nacionais. Classicamente se define que uma Nação, para que assim possa ser considerada, tem obrigatoriamente de possuir os seguintes atributos: povo, território, idioma e soberania. Mas o descaso proposital que vem tomando conta desse governo quando se trata de nossa língua nacional é cada dia mais acentuado e acintoso. Depois do malfadado livro oficial do Ministério da Educação, em que se ensina a falar e escrever errado o nosso rico Português, parece que a intenção do governo atual é realmente escangalhar com o Vernáculo, e com os nossos valores nacionais. Querem acentuar as diferenças culturais, e ao invés de ensinar certo para todos, trabalha por oficializar a ignorância, nivelar por baixo, pois assim estarão garantidas cada vez mais sucessivas eleições, motivadas por eleitores movidos a benesses (esmolas, mesmo!). O que importa não é o povo, mas o poder que esse povo proporciona.

Os muros do Parque de Exposições Fernando Costa, nesta cidade de Franca, foram pintados com letreiros para a realização das tradicionais Cavalhadas da Franca, um evento cultural que sintetiza através de encenação, um episódio da luta medieval entre Cristãos e Mouros. Mas vejam só o que o Ministério da Cultura nos preparou: o slogan do Governo Federal, pintado no muro, com um erro crasso de Português! O substantivo pobreza, escrito com s no lugar do z! Sim! POBRESA. Além do erro de grafia, tem o agravante de o mesmo ser parte da logomarca que identifica o atual governo!

Isso poderia muito bem passar despercebido, mas olhos observadores e cultos de alguém do próprio povo, um comumente chamado de popular, fez questão de rememorar os aúreos tempos em que era permitido aos nossos professores corrigir erros de Português, e lá fez a sua sábia observação: POVO BURRO. É o que esse governo quer: um povo cada vez mais preguiçoso e fútil, que não pensa. Ao popular, só faltou colocar a nota de avaliação: um zero bem redondinho, em vermelho. Como hoje os excelsos mestres do Ministério da Educação não permitem que os ignorantes venham a aprender o correto, pois devem permanecer na conveniente ignorância, os professores não podem mais corrigí-los e ensiná-los, sob pena de serem acusados de exercerem "preconceito linguístico". Não riam, pois é isso mesmo o que ensina o tal livro do Ministério da Educação. Eu não invento nada, não!

Crianças: Charlie bit my finger - again!

Como tornar-se famoso :

1. Faça um vídeo mordendo o dedo de alguem.

2. Coloque-o no Youtube.

3. Espere um ou dois meses e você já estará famoso!


 
"Mesmo se eu quisesse forçar que os meus meninos fizessem isso eu provavelmente não iria conseguir. Nem foram coagidos a nada disso e nem ficaram feridos. Este foi apenas um daqueles momentos em que eu tinha em mãos a câmera de vídeo, porque os meninos estavam muito divertidos e eles fizeram algo realmente muito engraçado."

ENTREVISTA PARA A TV:

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Hino Nacional do Brasil em interpretação de arrepiar!

Seis pianos, tocando de acordo com o rítmo e andamento em que o hino  foi escrito, de forma soberba, não ferindo o artigo 34 da LEI No 5.700, DE 1 DE SETEMBRO DE 1971.
Esse, sim, é o Hino Nacional Brasileiro, não aquelas apresentações pífias de cantores que mal sabem a letra do que estão cantando, e contrariam a citada Lei.

Cerimônia de encerramento dos 5º Jogos Mundiais Militares. Tocado a seis pianos por nomes de peso da arte musical do país: Antonio Adolfo, Wagner Tiso, Arthur Moreira Lima, João Carlos de Assis Brasil, Nelson Ayres e Amilton Godoy.



quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Gatunagem: como nunca na história "desse" país...

Extraído de: Caldeirão Político  - 19 de Julho de 2011

O misterioso advogado do Diário da Noite e o vigarista que se hospedou no DNIT

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Ninguém na redação do Diário da Noite sabia quem era aquele homem de terno e gravata que chegou no começo da tarde, caminhou sem pressa até a mesa desocupada, pendurou o paletó na cadeira, sentou-se com a naturalidade de quem está em casa, fez algumas ligações telefônicas, recebeu cinco ou seis visitantes e conversou com cada um cerca de meia hora, sempre em voz baixa. Deve ter padrinho forte, imaginaram os que o viram partir na hora do crepúsculo.
Voltou na tarde seguinte e reprisou o ritual da véspera. E assim foi por cinco dias, até que alguém enfim lhe perguntou quem era e o que fazia na redação. Era advogado e tinha escritório montado ali perto da sede dos Diários Associados, esclareceu o desconhecido. Naquele início dos anos 70, um amigo que trabalhava na empresa vivia dizendo que aquilo se transformara numa terra sem lei. Ninguém sabia quem mandava, cada um fazia o que queria. Ao passar diante do prédio, bateu-lhe a ideia de acampar na redação do Diário da Noite. Como não encontrou nenhum impedimento, improvisou na mesa uma filial da banca de advocacia. Aquilo era mesmo uma terra sem lei.
Neste começo de inverno, o Brasil foi apresentado a uma história mais espantosa e mais desmoralizante que a do misterioso advogado. O caso do Diário da Noite talvez nem tenha acontecido, mas os jornalistasque costumam evocá-lo para ilustrar a tese de que não há limites para o absurdo quando alguma redação escapa ao controle dos incumbidos de conduzi-la. A versão produzida pela dupla Lula e Dilma é lastimavelmente verdadeira. A empresa em estado terminal foi substituída pelo governo federal. O jornal à deriva é o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes, vulgo DNIT. E o advogado desconhecido é um vigarista com nome, sobrenome e apelido.
Frederico Augusto de Oliveira Dias, o Fred, ocupa desde 2008 uma sala do DNIT e o cargo de assessor do diretor-geral. Há quase três anos, acumulando as funções de representante do deputado Valdemar Costa Neto ─ chefão do PR e do bando que age no Ministério dos Transportes ─, Fred despacha despacha com prefeitos, parlamentares e autoridades de outros ministérios, preside reuniões destinadas a estabelecer prioridades, apressa a liberação de verbas multimilionárias. É o que continuaria fazendo se não fosse localizado por VEJA no meio da turma que enriquece nas catacumbas do Ministério dos Transportes.
Nesta sexta-feira, a presidente Dilma Rousseff ordenou ao novo ministro, Paulo Passos, que demitisse o negociante de verbas. Impossível, informou nesta quinta-feira o Correio Braziliense: como o advogado do Diário da Noite, Fred nunca foi nomeado oficialmente para qualquer cargo, não figura na folha de pagamento, não aparece no quadro de funcionários. Chegou lá em 2008 porque Valdemar Costa Neto determinou-lhe que cuidasse dos seus interesses no DNIT. Instalou-se numa sala e entrou em ação. Como não encontrou nenhum impedimento, foi ficando.
Paulo Passos não sabe quem paga o salário do notório vigarista. Também garante que mal conhece Fred, que o acompanhou numa viagem à Bahia quando era ministro interino. O inverossímil Luiz Antônio Pagot faz de conta que não sabe direito quem é ou o que faz o assessor com quem conversava diariamente. Não vou dizer que é um pobre coitado, mas não é funcionário de carreira, não tem poder de decisão nenhuma, desdenhou. Se pudesse comparar, diria que é um estafeta, um boy. Boy, por sinal, é o apelido de Valdemar Costa Neto, que infiltrou numa sala perto do cofre o amigo e cabo eleitoral.
Em troca do apoio incondicional ao governo, Lula presenteou gatunos de estimação alojados no PR com o controle do Ministério dos Transportes e um salvo-conduto que permite roubar impunemente. O advogado do Diário da Noite ficou alguns dias na redação porque o jornal estava morrendo de anemia financeira. O quadrilheiro do DNIT ficou alguns anos por lá porque sobra dinheiro e falta cadeia.
Autor: Augusto Nunes